terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mudança de vida part VI

Contei sobre o pessoal estar lá. Falei, na verdade, que só havia visto Alex e a Rochelle, a Best da Luci. Disse exatamente o que havia visto naquela hora.
“Muito bem. Prestarei atenção em tudo. Não deixarei que sua mãe os veja, assim como não os deixarei nos ver.”
“Você é a melhor amiga ever! Você não existe, garota!”
“Eu sei”, ela fez aquela cara de ‘óbvio’!
Voltamos ao lado delas quando os vi: Gladis e Peter. Ele estava falando no celular e ela olhava a vitrine da loja de brinquedos.
Cutuquei Mel e apontei com a cabeça para eles. Ela entendeu minha aflição.
“Vamos descer?”, ela olhou para o lado. “Melhor darmos a volta, porque a comida fica para lá”
“Não, vamos por aqui”, minha mãe interveio.
Nos entreolhamos. Quando olhei para frente, não os vi mais e para me certificar, corri os olhos pelo corredor. Eles haviam, ou subido, ou descido, e desapareceram.Concordamos com a minha mãe então.
Sentamos em uma mesa bem no meio da praça de alimentação. Pegamos nossa comida enquanto nossas mães ficaram conversando, e consegui.
Enquanto estávamos indo para a praça de alimentação, contei o que achava que minha irmã deveria saber e pedi para ela nos ajudar.
Voltamos para a mesa e nossas mães e minha irmã foram pegar a comida. Não encontraram nenhum deles, ainda bem.
Foi então que Mel quase coloco tudo a perder. Estávamos, claro, todas na mesma mesa; minha mãe e eu de um lado e as duas na nossa frente. Minha irmã estava ao meu lado.
Mel arregalou os olhos e me virei. Voltei a olhá-la assim que os vi. Tive tempo só para chutar sua perna antes de minha mãe falar: “Que foi?”
“Pimenta. Acho que tinha pimenta muito forte na salada. Desty, você acertou seu pé no meu joelho!”
“Desculpa, foi sem querer. Bebe água antes que sua língua fique totalmente dormente”
Nossos olhares diziam muita coisa. Nós duas trocamos mensagens por eles. Por sorte, minha mãe estava tão entretida com a mãe dela, que não falou ou notou nada. Ufa!
Levei meu prato para o lixo assim que acabei e Mel veio junto comigo.
“Você quase estragou tudo, genious”
“Eu sei, foi mal. Quando notei que estava chocada, você já tinha me chutado”
“Mas você merece em prêmio, garota-monstro! A história que inventou deixou-me de queixo caído. Você foi muito rápida”
“Obrigada”
Começamos a rir.
Minha mãe foi o último gênio da noite. Para completar o jantar agitado, ela teve a ideia do século: comer uma sobremesa no Amor aos Pedaços e voltar para casa. Concordei com ela de imediato.
Depois da sobremesa e enquanto íamos para a garagem, contei sobre o meu dia à Mel. Ou melhor, meu findi. Sobre as compras e tal...
Voltamos para casa, consegui finalmente sossegar os nervos. Não tinha como ter problemas, a não ser com meu armário, que teria uma trabalheira de novo.
Arrumei tudo antes de dar duas da manhã, deitei e dormi. Combinamos, minha irmã e eu, com minha mãe que levantaríamos às seis e meia, sete horas. Chegaríamos atrasadas no dia seguinte.

Minha semana passou rápida. Pelo menos foi o que achei, menos a Peny.
“Que semana mais comprida! Ela não acaba mais! Finalmente hoje é sexta!”
“Você vai em casa?”
“Claro!”
Fomos de braço dado até o carro. Minha irmã iria levar uma amiga dela, então a casa teria um barulho um pouco mais irritante para nós e nenhuma das duas se importaram com isso.
Chegamos em casa assim que meu celular tocou. Voei para meu quarto com a Peny quando vi o número, iria o Alex. Atendi, colocando no viva-voz.
“Fala, Alex”, disse eu, curta e grossa, com voz de irritada.
“Nossa! Que modos de atender-me!”
“Não me venha com esse português formal. Não suporto quando você fala assim, e você sabe muito bem disto.”
“Nossa, tudo bem. Bom, não te liguei para ficarmos discutindo”, e Peny ouvindo tudo. Ela fez aquele maldito coraçãozinho com a mão. Quase mandei ela ir pastar. “Estou convidando o pessoal para sair e todos confirmaram poder ir, só falta você e a Luci. Se bem que ela tem inglês, então acho que nem…”, ele estava refletindo. “E ai, você vai?”
“A que horas?”
“Lá prumas quatro, pode ser?”
“Desculpa, não vai dar. Tem gente aqui em casa”. Eu me senti mal por isso, mas era necessário.
“Quem?”
“A Peny.” Foi então que senti meu erro. Literalmente.
Enquanto Alex ficava pensando do outro lado da linha, lembro-me da cara da Peny quando me deu o cutucão. Doeu para caramba, porém me controlei; consegui não gritar.
“Por que ela não vai junto?”
“É… Por que eu não vou junto?”, Peny sussurrou, sarcástica.
“Vou perguntar, me dá um minutinho.”, me dirigi a dita cuja. “Então…?”
“Eu não me importo, mas e você?”
“Sobrevivo”
Voltei ao telefone. “Pois bem, nós vamos. Mas, em que shopping?”
“Acho que você já deve imaginar”
“Morumbi. Então preciso perguntar para minha mãe. Já te ligo”. E desliguei o telefone.
Peny pegou minhas mãos, colocando meu telefone em cima da escrivaninha. Trocamos olhares de perguntas e respostas. Nos tornamos boas nisso conforme os anos de amizade foram passando e eu sabia que não demoraria muito para aprimorar as técnicas com a Mel.
Trocamos somente estas palavras: “Muito bem, sua mãe não concordou”
“E não vai me levar no Morumbi hoje”
Peny ia discar para ele quando minha mãe gritou avisando que se não fôssemos comer naquele instante, Peny iria embora. Resolvi, então, mandar uma mensagem, escrito o seguinte:
Infelizmente, minha mãe não concordou e não posso ir. Ela não quer me levar e buscar no shopping Morumbi hoje. Até.
E enviei. Deixei o celular no silencioso em cima da escrivaninha; se me ligasse, eu retornava mais tarde.
Fomos comer.
Quando voltamos para o quarto, Peny pegou meu celular e ficou abismada com tanto de ligações perdidas: 16. Oito eram só do Alex! As outras oito eram o seguinte: três da Nara, duas da Luci, duas do Peter e uma de alguém que não tinha o celular anotado na agenda. Liguei nesse último.
“Alô?”
“Oi. Eu… ahm… Me ligaram desse número e eu queria saber quem é. Quem tá falando?”
“Desty? Oi, é o Denis. É que a Nara pediu preu te ligar, porque ninguém tava conseguindo falar com você. Tá todo mundo querendo ver você, poxa. Faz umas três semanas que você não sai com a gente.”
“Bom… Eu vou tentar convencer minha mãe”, desliguei. Tive que falar com ela então.
Por mais que eu não quisesse ir, perguntar para ela foi interessante.
“Se você quiser ir e a Peny também, não tem problema nenhum. Eu dou um jeito”
“Oba!”, Peny falou por mim.
Fomos nos arrumar.
Como era de se esperar, emprestei uma blusa e calça para Peny, que não queria, mas convenci-a. Eu tinha uma calça velha – pensando que era do ano passado –, que eu não queria mais, guardada ainda no meu armário. Ela serviu perfeitamente em Peny e aproveitei para dar mais utilidade para minha calça favorita (das que não serviam, essa foi a única que não dei), além de dar para minha empregada.

-DanDanika

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