segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mudança de Vida part V

Mas, a pergunta que não queria calar, que diabos eles faziam ali? Nara me falou que estariam no Morumbi e de repente eu os vejo no JDS? Algo ai não me cheirava bem.
Acabamos de comer muito tarde, se comparado ao que havíamos planejado. Eram três da tarde quando saímos do shopping. Minha mãe levou um tempo para acertar o caminho, mas antes das 15:45h já estávamos no Cidade Jardim.
Ficamos por lá até à 20:37h, jantando e dando voltas e mais voltas em lojas. Aquele shopping tem loja demais! Eu diria que saímos com poucas sacolas, mas estaria generalizando.
Eu sai com poucas sacolas, se comparado com a minha mãe e irmã; as duas juntas tinham sacolas suficientes para lotar o espaço que sobrava no porta-malas, que era muito. As minhas coisas foram dentro do carro, no banco traseiro.
Em casa, não sabíamos se arrumávamos o armário ou se íamos dormir.
“Eu não me importo em virar a noite e dormir pela manhã, ou melhor, lá prumas três ou quatro da manhã.”, disse à minha mãe.
“Nem eu”, Gina me apoiou. Nessa hora eu achava que ela iria pirar e mandar nós duas para a cama, sem ouvir explicações ou desculpas, mas ela me surpreendeu ao deixar, sem contestar.
Cada uma se trancou em seu quarto, inclusive minha mãe.
Despenquei meu armário em cima da minha cama. Não sabia por onde começar, só sabia que tudo o que não queria mais mandaria ‘via’.
“Que blusa brega”, pensava comigo.
Coloquei em sacos e mais sacos tudo que não queria, pois iríamos doar todo o desprezado.
Assim que acabei de arrumar o armário principal, passei para o que tinha algumas blusas e calças penduradas, fora as gavetas. Uma delas era só roupa da minha pequena irmã. Peguei-as e levei para ela, pedindo para escolher o que queria ficar e o que não, colocasse em um saco.
Voltei para o meu quarto e continuei a arrumar.
O último armário para arrumar era o de roupas velhas, de avó ou mãe, que tecnicamente me serviam, mas eram fora de moda. No way que eu usaria.
Lá tinha também alguns vestidos de festas e alguns agasalhos meus.
Despejei as roupas antigas e os vestidos delicadamente na minha cama e chamei minha mãe. Avisei que não usaria de maneira nenhuma as roupas da morte de la nona e que ou eu mandava rua, ou ela arranjava lugar em outro quarto. Ela falou que eu podia mandar ‘via’. Disse também que era melhor ela arranjar um lugar no armário ‘inútil’ da Gina, porque os vestidos não poderiam ficar no meu armário, só temporariamente. Ela me assegurou que arranjaria, mas não naquele dia.
Beleza.
Peguei todas as velharias e coloquei dentro de um saco, sem a mínima dó.
Meu armário começou a ganhar cor a medida que eu colocava minhas roupas novas. Dobra daqui, pendura dali, e nada da roupa acabar!
P0ara diminuir a minha frustração, peguei boa parte das roupas que ainda faltavam e levei para a máquina de lavar. Coloquei-a para trabalhar, pois aquele dia era meu para lavar o que eu tinha de roupas sujas. Como eu sabia mexer muito bem na lava-roupas, minha mãe nem se preocupou quando falei que tinha sido eu que a ligara.
Voltei para o quarto, liguei o som numa altura razoável para às duas e meia da matina e continuei a arrumar meu quarto.
Não sei quando, quero dizer, que horas exatamente acabei de arrumar meu armário, mas era em torno de umas quatro da matina.
Assim que acabei tudo, fiz como se fosse uma coisa retilínea e simplesmente arrumei minha cama, fui tomar um banho a jato, me troquei, escovei os dentes e fui dormir. Tudo isso em menos de 40 minutos – o que é pouca coisa para mim.
Deitei e dormi. Não, capotei.

Muito bem. Domingo.
Minha vida não poderia estar melhor. Ir ao shopping dois dias consecutivos para compras! Isso é que é vida!
A não ser pelo fato de eu ainda estar p*** da vida com meus ‘amigos’.
Sim, eu ainda não os perdoei. E demoraria a fazer isso.
Essas páginas são o melhor lugar do mundo para eu me expressar sem contra-indicações. Ou problemas.
Combinamos de ir primeiro no Market Place, deixando o carro lá e atravessando a passarela para o Morumbi, mas eu sabia que era capaz de os planos mudarem.
Minha mãe estava mais animada que nós, e notei um ar mais jovial nela. Desde que não viesse se meter comigo e meus amigos, como se fizesse parte da turma. Não toleraria, até que lembrei isso ser quase impossível.
Chegamos no shopping na hora exata que abriu; éramos as primeiras pela primeira vez. Só mesmo para diversão conseguimos esse feito.
Diversão... Taí uma coisa diferente num dia que estava brava. Só uma coisa dessas para mudar meu humor.
Enquanto íamos para o shopping, olhando pelo vidro, minha cabeça estava ocupada com algo bastante preocupante, que me atormentou por um tempo enquanto arrumei o armário de noite: o medo de encontrá-los.
Só me despreocuparia no fim da tarde, assim que saíssemos do shopping.
Fomos a dezenas de lojas e em cada uma comprávamos alguma coisa, claro, independentemente do ‘assunto’ dela. Até papai saiu ganhando com isso. Entramos em uma loja masculina, onde achei uma camiseta que ele adoraria.
Ainda estávamos na metade do segundo andar e eu não tinha certeza que conseguiria levar mais sacolas. Fizemos uma ‘viagem’ ao carro para deixá-las e fomos para o último piso do shopping, antes da praça de alimentação..
Eu tinha duas sacolas em cada mão quando fomos para a praça de alimentação. Minha mãe pegou meu pulso para ver as horas e quase me fez derrubar tudo que estava em minhas mãos.
Ela ficou indignada com o horário e nos fez sentar numa mesa para escolhermos onde comeriamos.
Decidi comer um Clube Light na Casa do Pão de Queijo porque não estava morta de fome. Minha mãe e irmã comeram na Baket Potatoe.
Assim que acabamos, fomos nas poucas lojas que tinham naquele piso, incluindo a livraria. Eu tinha alguns CD’s e livros para comprar.
Depois do que aconteceu no Market Place, mamãe resolveu levar o carro para o outro shopps, ainda mais porque não sabíamos a que horas sairíamos.
Fiquei apreensiva. Agora eu corria um risco gigantesco de encontrar um deles. Principalmente o Alex e a Roche.
Desencanei para poder me divertir, mas só aparentemente para mim mesma, porque virava e mexia eu olhava em volta. Tinha sensação de estarem por perto.
Infernizei minha mãe para irmos comprar um I-Phone. Não foi só minha pessoa. Minha irmã entrou na causa e me apoiou até convencermo-na. Iríamos comprar com o que restou da parte de cada uma, então ela concordou.
Mamãe foi a um caixa ver quanto ainda tínhamos de saldo. Ela ficou contente, e nos deu cartão verde para gastarmos até R$8.000,00 cada uma! Eu queria saber quanto o papai tinha depositado depois dessa.
Fui na ala de computadores na hora, e fiquei escolhendo o que seria melhor para mim: um PC ou um notebook. Depois de ver muitos computadores e notes, fiquei em duvida entre dois, ambos com a mesma capacidade, porém um era móvel e outro fixo. Minha mãe surgiu ao meu lado; ela também estava procurando por um PC novo para jogar a outra velharia no lixo. Ela me disse para levar os dois, já que poderia ser útil agora que eu faria tantos trabalhos.
Depois de ter escolhido, ou melhor, aceitado a proposta da mamis, fui ver o I-Phone. Como ainda tinha, mais ou menos, uns R$4.500,00 para gastar, levei um I-Phone 3G 8GB e um I-Pod nano 16GB. Minha irmã me encheu o saco pra comprar um DS, mas avisei que esperaria mais um pouco e era capaz de eu pedir para nosso pai trazer de lá, que era mais barato.
Estávamos na fila do caixa quando os vi: Alex e Roche. Os dois estavam textando, os dedos ágeis nas teclas do celular. Eles não me viram, graças aos deuses, seguindo para dentro da FNAC, as caras enterradas
Fiquei aliviada quando saímos da loja. Tomei o cuidado nos pisos das FNACs para não acabar encontrando com ninguém e consegui.
Quando estávamos na última escada rolante até a garagem que paramos o carro, meu celular tocou – agora o I-Phone – fazendo meu coração disparar a mil por hora, ainda mais não tendo minha agenda no telefone ainda. Não sabia o número de todos décor e contive o impulso de não atender.
“Alô?”
“Desty? Oi, é a Mel”
“Oi, Mel”, disse eu, aliviada. “Que me diz?”
“Eu sei que já é tarde, mas eu e minha mãe estamos indo pro Morumbi jantar. Quer ir? Você, sua mãe e sua irmã?”
“Só um minuto”, tapei o alto-falante e virei para minha mãe. “A Mel tá vindo para cá com a mãe. Convidou a gente para jantar. Ainda… Pode ser?”
“Pode. Sem problema”
Tirei a mão do alto-falante e disse para ela que minha mãe topou. “A lias, estamos no shopping. Quanto tempo para vocês chegarem?”
“Sério?”
“Eu te conto tudo quando você tiver aqui”
“Uns vinte minutos, no máximo”
“Vamos estar na Kopenhagem, em frente a loja de brinquedos.”
“Sei. Chegaremos o mais depressa possível.”
“Beijos”
“Idem”
Voamos para o carro. Na verdade, demoramos bastante para voltarmos para dentro do shopping, porque, de novo, necessitamos usar a cuca para arrumar tudo no porta-malas. Pelo menos, desta vez, coube tudo.
Fomos apressadamente para a Kopenhagem. Chegamos em cima; pouquíssimo tempo depois elas chegaram.
Nossas mães concordaram em dar alguns minutos para nós duas. Eu precisava contar algumas coisas importantes, antes que fosse tarde demais.

-DanDanika

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