terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mudança de Vida part VII

Chegamos no shopping com uma hora de atraso. Nara, Alex e Peter me ligaram, um quando sai de casa, outro quando estava a caminho do shopping e outro assim que eu cheguei. Aproveitei para perguntar onde os encontrar.
“Saraiva. Na Starbucks”
Fui para lá não querendo ir.
“Não sei porque, mas tenho a impressão de que tudo vai ser resolvido hoje, como se fosse colocar em pratos limpos”. Peny estava um pouquinho assustada ao meu lado.
“É por isso que você está aqui, para me ajudar a ficar calada.”
“Bem lembrado”
Não falamos de nada muito importante até chegarmos perto da Saraiva.
“Preparada?”, afirmei com a cabeça. “Então vamos”
Só a Peny conseguiria me animar desse modo, com tanta pressão e energias ruins rondando-me.
“Oiê!”, me esforcei ao máximo, e funcionou, para transparecer o quão brava ou p***, se preferirem, eu estava.
“Desty!”, Nara correu para me abraçar. “Que bom você ter vindo! E ai, como está? Quem é você?”
“Penélope. Desty’s BFF”, ela me olho e caímos na gargalhada, deixando os outros boiando no que acontecia, inclusive a Nara. Sentamos nas cadeiras da mesa ao lado deles para continuarmos a rir.
“Você mandou muito”, sussurrei assim que parei de rir.
“Não gostei do modo como ela me olhou”
“Quer entrar na livraria?”
“Pode ser.” Nos levantamos.
“Gente! Vou um segundinho na Saraiva e já volto. É rapidinho.”
“Tá bom”. Ainda estavam meio atordoados pelo acontecimento anterior.
Fomos para o fundo da loja, na parte de CD’s. Peny me fez um monte de perguntas, para chegar a uma só: se eu queria resolver meu problema.
Eu não sabia, disse a ela, então comecei a pensar, refletir bem sobre o assunto.
Tomei uma decisão.
“Se perguntarem alguma coisa, ai eu falo. Mesmo.”
Peny concordou e ainda afirmou: me ajudaria.
Fomos na sessão de livros e achei um que queria ler – e ver o filme – havia te,pó: Bússola de ouro. Fui direto no livro, dele para o caixa e do caixa de volta à Starbucks.
Eles estavam se desinstalando quando cheguei.
“O que você comprou?
“Um livro, Peter”
“Qual?”, Alex surgiu ao meu lado.
“The Golden Compass”
“Que?”
“A Bússola de Ouro, Nara”, tirei o livro da sacola.
“Ah sei. Eu queria ver o filme.”
“Eu também. Fiquei sabendo, como sempre, que o livro é bem melhor, então quero lê-lo antes.”
“Me empresta depois?”
“Já to na fila antes. Eu e a Mel.”
“A Mel?”
“Você falou com ela agora mesmo”, Peny me olhou como quem diz: finge.
“Verdade! Não conta pra ela. Eu tinha me esquecido.”
“Pode deixar.”
“Não tem problema. Depois que elas acabarem, me avisa.”
“Ok”
Fomos andar um pouco. Peny me puxou para ficar junto com ela, atrás de todos.

-DanDanika

Mudança de vida part VI

Contei sobre o pessoal estar lá. Falei, na verdade, que só havia visto Alex e a Rochelle, a Best da Luci. Disse exatamente o que havia visto naquela hora.
“Muito bem. Prestarei atenção em tudo. Não deixarei que sua mãe os veja, assim como não os deixarei nos ver.”
“Você é a melhor amiga ever! Você não existe, garota!”
“Eu sei”, ela fez aquela cara de ‘óbvio’!
Voltamos ao lado delas quando os vi: Gladis e Peter. Ele estava falando no celular e ela olhava a vitrine da loja de brinquedos.
Cutuquei Mel e apontei com a cabeça para eles. Ela entendeu minha aflição.
“Vamos descer?”, ela olhou para o lado. “Melhor darmos a volta, porque a comida fica para lá”
“Não, vamos por aqui”, minha mãe interveio.
Nos entreolhamos. Quando olhei para frente, não os vi mais e para me certificar, corri os olhos pelo corredor. Eles haviam, ou subido, ou descido, e desapareceram.Concordamos com a minha mãe então.
Sentamos em uma mesa bem no meio da praça de alimentação. Pegamos nossa comida enquanto nossas mães ficaram conversando, e consegui.
Enquanto estávamos indo para a praça de alimentação, contei o que achava que minha irmã deveria saber e pedi para ela nos ajudar.
Voltamos para a mesa e nossas mães e minha irmã foram pegar a comida. Não encontraram nenhum deles, ainda bem.
Foi então que Mel quase coloco tudo a perder. Estávamos, claro, todas na mesma mesa; minha mãe e eu de um lado e as duas na nossa frente. Minha irmã estava ao meu lado.
Mel arregalou os olhos e me virei. Voltei a olhá-la assim que os vi. Tive tempo só para chutar sua perna antes de minha mãe falar: “Que foi?”
“Pimenta. Acho que tinha pimenta muito forte na salada. Desty, você acertou seu pé no meu joelho!”
“Desculpa, foi sem querer. Bebe água antes que sua língua fique totalmente dormente”
Nossos olhares diziam muita coisa. Nós duas trocamos mensagens por eles. Por sorte, minha mãe estava tão entretida com a mãe dela, que não falou ou notou nada. Ufa!
Levei meu prato para o lixo assim que acabei e Mel veio junto comigo.
“Você quase estragou tudo, genious”
“Eu sei, foi mal. Quando notei que estava chocada, você já tinha me chutado”
“Mas você merece em prêmio, garota-monstro! A história que inventou deixou-me de queixo caído. Você foi muito rápida”
“Obrigada”
Começamos a rir.
Minha mãe foi o último gênio da noite. Para completar o jantar agitado, ela teve a ideia do século: comer uma sobremesa no Amor aos Pedaços e voltar para casa. Concordei com ela de imediato.
Depois da sobremesa e enquanto íamos para a garagem, contei sobre o meu dia à Mel. Ou melhor, meu findi. Sobre as compras e tal...
Voltamos para casa, consegui finalmente sossegar os nervos. Não tinha como ter problemas, a não ser com meu armário, que teria uma trabalheira de novo.
Arrumei tudo antes de dar duas da manhã, deitei e dormi. Combinamos, minha irmã e eu, com minha mãe que levantaríamos às seis e meia, sete horas. Chegaríamos atrasadas no dia seguinte.

Minha semana passou rápida. Pelo menos foi o que achei, menos a Peny.
“Que semana mais comprida! Ela não acaba mais! Finalmente hoje é sexta!”
“Você vai em casa?”
“Claro!”
Fomos de braço dado até o carro. Minha irmã iria levar uma amiga dela, então a casa teria um barulho um pouco mais irritante para nós e nenhuma das duas se importaram com isso.
Chegamos em casa assim que meu celular tocou. Voei para meu quarto com a Peny quando vi o número, iria o Alex. Atendi, colocando no viva-voz.
“Fala, Alex”, disse eu, curta e grossa, com voz de irritada.
“Nossa! Que modos de atender-me!”
“Não me venha com esse português formal. Não suporto quando você fala assim, e você sabe muito bem disto.”
“Nossa, tudo bem. Bom, não te liguei para ficarmos discutindo”, e Peny ouvindo tudo. Ela fez aquele maldito coraçãozinho com a mão. Quase mandei ela ir pastar. “Estou convidando o pessoal para sair e todos confirmaram poder ir, só falta você e a Luci. Se bem que ela tem inglês, então acho que nem…”, ele estava refletindo. “E ai, você vai?”
“A que horas?”
“Lá prumas quatro, pode ser?”
“Desculpa, não vai dar. Tem gente aqui em casa”. Eu me senti mal por isso, mas era necessário.
“Quem?”
“A Peny.” Foi então que senti meu erro. Literalmente.
Enquanto Alex ficava pensando do outro lado da linha, lembro-me da cara da Peny quando me deu o cutucão. Doeu para caramba, porém me controlei; consegui não gritar.
“Por que ela não vai junto?”
“É… Por que eu não vou junto?”, Peny sussurrou, sarcástica.
“Vou perguntar, me dá um minutinho.”, me dirigi a dita cuja. “Então…?”
“Eu não me importo, mas e você?”
“Sobrevivo”
Voltei ao telefone. “Pois bem, nós vamos. Mas, em que shopping?”
“Acho que você já deve imaginar”
“Morumbi. Então preciso perguntar para minha mãe. Já te ligo”. E desliguei o telefone.
Peny pegou minhas mãos, colocando meu telefone em cima da escrivaninha. Trocamos olhares de perguntas e respostas. Nos tornamos boas nisso conforme os anos de amizade foram passando e eu sabia que não demoraria muito para aprimorar as técnicas com a Mel.
Trocamos somente estas palavras: “Muito bem, sua mãe não concordou”
“E não vai me levar no Morumbi hoje”
Peny ia discar para ele quando minha mãe gritou avisando que se não fôssemos comer naquele instante, Peny iria embora. Resolvi, então, mandar uma mensagem, escrito o seguinte:
Infelizmente, minha mãe não concordou e não posso ir. Ela não quer me levar e buscar no shopping Morumbi hoje. Até.
E enviei. Deixei o celular no silencioso em cima da escrivaninha; se me ligasse, eu retornava mais tarde.
Fomos comer.
Quando voltamos para o quarto, Peny pegou meu celular e ficou abismada com tanto de ligações perdidas: 16. Oito eram só do Alex! As outras oito eram o seguinte: três da Nara, duas da Luci, duas do Peter e uma de alguém que não tinha o celular anotado na agenda. Liguei nesse último.
“Alô?”
“Oi. Eu… ahm… Me ligaram desse número e eu queria saber quem é. Quem tá falando?”
“Desty? Oi, é o Denis. É que a Nara pediu preu te ligar, porque ninguém tava conseguindo falar com você. Tá todo mundo querendo ver você, poxa. Faz umas três semanas que você não sai com a gente.”
“Bom… Eu vou tentar convencer minha mãe”, desliguei. Tive que falar com ela então.
Por mais que eu não quisesse ir, perguntar para ela foi interessante.
“Se você quiser ir e a Peny também, não tem problema nenhum. Eu dou um jeito”
“Oba!”, Peny falou por mim.
Fomos nos arrumar.
Como era de se esperar, emprestei uma blusa e calça para Peny, que não queria, mas convenci-a. Eu tinha uma calça velha – pensando que era do ano passado –, que eu não queria mais, guardada ainda no meu armário. Ela serviu perfeitamente em Peny e aproveitei para dar mais utilidade para minha calça favorita (das que não serviam, essa foi a única que não dei), além de dar para minha empregada.

-DanDanika

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mudança de Vida part V

Mas, a pergunta que não queria calar, que diabos eles faziam ali? Nara me falou que estariam no Morumbi e de repente eu os vejo no JDS? Algo ai não me cheirava bem.
Acabamos de comer muito tarde, se comparado ao que havíamos planejado. Eram três da tarde quando saímos do shopping. Minha mãe levou um tempo para acertar o caminho, mas antes das 15:45h já estávamos no Cidade Jardim.
Ficamos por lá até à 20:37h, jantando e dando voltas e mais voltas em lojas. Aquele shopping tem loja demais! Eu diria que saímos com poucas sacolas, mas estaria generalizando.
Eu sai com poucas sacolas, se comparado com a minha mãe e irmã; as duas juntas tinham sacolas suficientes para lotar o espaço que sobrava no porta-malas, que era muito. As minhas coisas foram dentro do carro, no banco traseiro.
Em casa, não sabíamos se arrumávamos o armário ou se íamos dormir.
“Eu não me importo em virar a noite e dormir pela manhã, ou melhor, lá prumas três ou quatro da manhã.”, disse à minha mãe.
“Nem eu”, Gina me apoiou. Nessa hora eu achava que ela iria pirar e mandar nós duas para a cama, sem ouvir explicações ou desculpas, mas ela me surpreendeu ao deixar, sem contestar.
Cada uma se trancou em seu quarto, inclusive minha mãe.
Despenquei meu armário em cima da minha cama. Não sabia por onde começar, só sabia que tudo o que não queria mais mandaria ‘via’.
“Que blusa brega”, pensava comigo.
Coloquei em sacos e mais sacos tudo que não queria, pois iríamos doar todo o desprezado.
Assim que acabei de arrumar o armário principal, passei para o que tinha algumas blusas e calças penduradas, fora as gavetas. Uma delas era só roupa da minha pequena irmã. Peguei-as e levei para ela, pedindo para escolher o que queria ficar e o que não, colocasse em um saco.
Voltei para o meu quarto e continuei a arrumar.
O último armário para arrumar era o de roupas velhas, de avó ou mãe, que tecnicamente me serviam, mas eram fora de moda. No way que eu usaria.
Lá tinha também alguns vestidos de festas e alguns agasalhos meus.
Despejei as roupas antigas e os vestidos delicadamente na minha cama e chamei minha mãe. Avisei que não usaria de maneira nenhuma as roupas da morte de la nona e que ou eu mandava rua, ou ela arranjava lugar em outro quarto. Ela falou que eu podia mandar ‘via’. Disse também que era melhor ela arranjar um lugar no armário ‘inútil’ da Gina, porque os vestidos não poderiam ficar no meu armário, só temporariamente. Ela me assegurou que arranjaria, mas não naquele dia.
Beleza.
Peguei todas as velharias e coloquei dentro de um saco, sem a mínima dó.
Meu armário começou a ganhar cor a medida que eu colocava minhas roupas novas. Dobra daqui, pendura dali, e nada da roupa acabar!
P0ara diminuir a minha frustração, peguei boa parte das roupas que ainda faltavam e levei para a máquina de lavar. Coloquei-a para trabalhar, pois aquele dia era meu para lavar o que eu tinha de roupas sujas. Como eu sabia mexer muito bem na lava-roupas, minha mãe nem se preocupou quando falei que tinha sido eu que a ligara.
Voltei para o quarto, liguei o som numa altura razoável para às duas e meia da matina e continuei a arrumar meu quarto.
Não sei quando, quero dizer, que horas exatamente acabei de arrumar meu armário, mas era em torno de umas quatro da matina.
Assim que acabei tudo, fiz como se fosse uma coisa retilínea e simplesmente arrumei minha cama, fui tomar um banho a jato, me troquei, escovei os dentes e fui dormir. Tudo isso em menos de 40 minutos – o que é pouca coisa para mim.
Deitei e dormi. Não, capotei.

Muito bem. Domingo.
Minha vida não poderia estar melhor. Ir ao shopping dois dias consecutivos para compras! Isso é que é vida!
A não ser pelo fato de eu ainda estar p*** da vida com meus ‘amigos’.
Sim, eu ainda não os perdoei. E demoraria a fazer isso.
Essas páginas são o melhor lugar do mundo para eu me expressar sem contra-indicações. Ou problemas.
Combinamos de ir primeiro no Market Place, deixando o carro lá e atravessando a passarela para o Morumbi, mas eu sabia que era capaz de os planos mudarem.
Minha mãe estava mais animada que nós, e notei um ar mais jovial nela. Desde que não viesse se meter comigo e meus amigos, como se fizesse parte da turma. Não toleraria, até que lembrei isso ser quase impossível.
Chegamos no shopping na hora exata que abriu; éramos as primeiras pela primeira vez. Só mesmo para diversão conseguimos esse feito.
Diversão... Taí uma coisa diferente num dia que estava brava. Só uma coisa dessas para mudar meu humor.
Enquanto íamos para o shopping, olhando pelo vidro, minha cabeça estava ocupada com algo bastante preocupante, que me atormentou por um tempo enquanto arrumei o armário de noite: o medo de encontrá-los.
Só me despreocuparia no fim da tarde, assim que saíssemos do shopping.
Fomos a dezenas de lojas e em cada uma comprávamos alguma coisa, claro, independentemente do ‘assunto’ dela. Até papai saiu ganhando com isso. Entramos em uma loja masculina, onde achei uma camiseta que ele adoraria.
Ainda estávamos na metade do segundo andar e eu não tinha certeza que conseguiria levar mais sacolas. Fizemos uma ‘viagem’ ao carro para deixá-las e fomos para o último piso do shopping, antes da praça de alimentação..
Eu tinha duas sacolas em cada mão quando fomos para a praça de alimentação. Minha mãe pegou meu pulso para ver as horas e quase me fez derrubar tudo que estava em minhas mãos.
Ela ficou indignada com o horário e nos fez sentar numa mesa para escolhermos onde comeriamos.
Decidi comer um Clube Light na Casa do Pão de Queijo porque não estava morta de fome. Minha mãe e irmã comeram na Baket Potatoe.
Assim que acabamos, fomos nas poucas lojas que tinham naquele piso, incluindo a livraria. Eu tinha alguns CD’s e livros para comprar.
Depois do que aconteceu no Market Place, mamãe resolveu levar o carro para o outro shopps, ainda mais porque não sabíamos a que horas sairíamos.
Fiquei apreensiva. Agora eu corria um risco gigantesco de encontrar um deles. Principalmente o Alex e a Roche.
Desencanei para poder me divertir, mas só aparentemente para mim mesma, porque virava e mexia eu olhava em volta. Tinha sensação de estarem por perto.
Infernizei minha mãe para irmos comprar um I-Phone. Não foi só minha pessoa. Minha irmã entrou na causa e me apoiou até convencermo-na. Iríamos comprar com o que restou da parte de cada uma, então ela concordou.
Mamãe foi a um caixa ver quanto ainda tínhamos de saldo. Ela ficou contente, e nos deu cartão verde para gastarmos até R$8.000,00 cada uma! Eu queria saber quanto o papai tinha depositado depois dessa.
Fui na ala de computadores na hora, e fiquei escolhendo o que seria melhor para mim: um PC ou um notebook. Depois de ver muitos computadores e notes, fiquei em duvida entre dois, ambos com a mesma capacidade, porém um era móvel e outro fixo. Minha mãe surgiu ao meu lado; ela também estava procurando por um PC novo para jogar a outra velharia no lixo. Ela me disse para levar os dois, já que poderia ser útil agora que eu faria tantos trabalhos.
Depois de ter escolhido, ou melhor, aceitado a proposta da mamis, fui ver o I-Phone. Como ainda tinha, mais ou menos, uns R$4.500,00 para gastar, levei um I-Phone 3G 8GB e um I-Pod nano 16GB. Minha irmã me encheu o saco pra comprar um DS, mas avisei que esperaria mais um pouco e era capaz de eu pedir para nosso pai trazer de lá, que era mais barato.
Estávamos na fila do caixa quando os vi: Alex e Roche. Os dois estavam textando, os dedos ágeis nas teclas do celular. Eles não me viram, graças aos deuses, seguindo para dentro da FNAC, as caras enterradas
Fiquei aliviada quando saímos da loja. Tomei o cuidado nos pisos das FNACs para não acabar encontrando com ninguém e consegui.
Quando estávamos na última escada rolante até a garagem que paramos o carro, meu celular tocou – agora o I-Phone – fazendo meu coração disparar a mil por hora, ainda mais não tendo minha agenda no telefone ainda. Não sabia o número de todos décor e contive o impulso de não atender.
“Alô?”
“Desty? Oi, é a Mel”
“Oi, Mel”, disse eu, aliviada. “Que me diz?”
“Eu sei que já é tarde, mas eu e minha mãe estamos indo pro Morumbi jantar. Quer ir? Você, sua mãe e sua irmã?”
“Só um minuto”, tapei o alto-falante e virei para minha mãe. “A Mel tá vindo para cá com a mãe. Convidou a gente para jantar. Ainda… Pode ser?”
“Pode. Sem problema”
Tirei a mão do alto-falante e disse para ela que minha mãe topou. “A lias, estamos no shopping. Quanto tempo para vocês chegarem?”
“Sério?”
“Eu te conto tudo quando você tiver aqui”
“Uns vinte minutos, no máximo”
“Vamos estar na Kopenhagem, em frente a loja de brinquedos.”
“Sei. Chegaremos o mais depressa possível.”
“Beijos”
“Idem”
Voamos para o carro. Na verdade, demoramos bastante para voltarmos para dentro do shopping, porque, de novo, necessitamos usar a cuca para arrumar tudo no porta-malas. Pelo menos, desta vez, coube tudo.
Fomos apressadamente para a Kopenhagem. Chegamos em cima; pouquíssimo tempo depois elas chegaram.
Nossas mães concordaram em dar alguns minutos para nós duas. Eu precisava contar algumas coisas importantes, antes que fosse tarde demais.

-DanDanika

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mudança de Vida part IV

Eu estava um pouco nervosa na segunda. Mesmo sabendo que não havia mudado por fora, tinha consciência das mudanças decorrentes do fim de semana.
Queria poder falar o que ocorrera no findi para minhas BFF’s, porém as duas resolveram chegar mais tarde aquele dia. Tive que esperar o intervalo.
Melanie Bicknard é minha amiga desde que tenho 11 anos. Quando passei para a manhã, ela foi a primeira com quem me simpatizei. De todos os meus amigos, com certeza ela é a mais próxima.
Já Penélope Juzca eu conheci quando entrei na escola. Ela é uma pessoa que pode-se confiar sem problema algum seus segredos mais cabeludos, ela é um túmulo e vai guarda-o a sete chaves, num cofre nas profundezas de uma abismo – exagerei, eu sei, sou assim.
“Bom dia, Peny”
“Bom dia, Des. Como está? Teve um findi mais feliz do que o meu?”
“Por quê? O que houve?”
“Fui para Sorocaba visitar meus avós. Não tinha nada pra se fazer… Foi muuuuuito chato”
“Vou contar tudo que aconteceu no meu findi no intervalo. Pra você e para Melanie”
Nos sentamos em nossos lugares e eu fiquei brisando nas duas primeiras aulas mais do que de costume. Precisava falar com as duas.
“Pronto, agora você não pode mais enrolar”, Peny estava agarrada à Melanie. “Conte-nos o que é tão importante”
“É sobre o trabalho do meu pai. Você, Peny, principalmente, é quem vai gostar mais”. Parei um pouco e respirei fundo, sem as encarar. “Meu pai foi promovido e vocês sabem que ele trabalha em uma gravadora… produtora. Vocês são as únicas que sabem do trabalho do meu pai, o resto acha que ele trabalha como advogado. Acho que inclusive a escola acha”, refleti.
“E? O que mais? E por que eu vou amar tanto?”
“O único cargo que meu pai poderia ser promovido… seria o de presidente”
“Explique-se”, Melanie me olhava com uma interrogação gigante estampada na face.
“Presidente geral, tipo, o chefe de tudo, o manda-chuva. O dono de todas as empresas do mundo, sacam?”, olhei em seus olhos. Elas já estavam entendendo, pelo menos aparentavam que sim. “A matriz de todas elas é nos EUA”
“Wait a second. Seu pai vai conhecer, tipo assim, todos os músicos do mundo?”, os olhos de Penélope brilhavam.
“Sim. E acho que se eu pedir com jeitinho, posso faze-nos conhecer nossos músicos favoritos”
Se Peny e Mel pudessem, tinham pulado de felicidade. Elas perguntaram quando poderia ser isso. Não tinha a resposta, mas tentaria convencer meu pai de alguma maneira. Nem isso as abalou, elas estavam irradiando felicidade.
Na sala de aula, minha outra amiga, Luci Sohri, pulou até meu lado, perguntando onde fui parar no intervalo.
“Fiquei conversando com a Peny e a Mel”, respondi curta e grossa.
Ela não tinha o direito de me dar bronca, nem nada e acho que ela notou. Luci estava no shopping no dia anterior. Não sei se ela tinha me visto, nem que fosse de relance, todavia eu podia ver um arrependimento tentando se esconder na sua cara.
Nos sentamos. O dia passou rápido e nem o senti. Luci aparentava estar chateada, mas não me importei. Ela não pensou, aposto, que eu também poderia estar chateada por algum motivo.
Na hora da saída, Peny e Mel desceram comigo e Peny ficou esperando até minha mãe chegar para me buscar. Como ela demorou, resolvi contar outra coisa que estava entalada na minha garganta para ela.
“Tem outra coisa que aconteceu no meu findi que não queria falar para Mel, mas preciso desabafar com você. Isso me deixou extremamente chateada e meus pais não sabem e quero que continue assim. Não contei nem pra minha irmã.”
“Nossa! Que foi?”
“Ontem fomos almoçar no shopping com os amigos do meu pai estadunidenses e me deparei com uma coisinha muito desagradável ao meu ponto de vista.”
“E… Tenho medo do que seja”, ela ficou com aquela cara de preocupada que sempre faz quando temos um problema para contar.
“Encontrei a turma da Luci. Ela inclusive. O problema existente nisso é o como o caso ocorreu.”, respirei. “Você sabe que a maioria virou amigo depois que entrei pro grupinho, principalmente o Alex. Pois bem, não é que eles marcaram de sair e tem tiveram a pachorra de me chamar? Fiquei muito chateada, mas, óbvio, não fui tirar satisfação, nem mesmo hoje com a Luci, sobre esse suporto ‘acidente’. Você deve ter visto como tratei ela. Fria e secamente”
“Notei”
Minha mãe chegou nesse exato momento.
Saco.
Me despedi da Peny e entrei no carro. Tente parecer contente, e acho que funcionou, porque minha mãe não quis nem saber sobre o que falávamos.
Ótimo.
Cheguei em casa estranhando as coisa. Sr. Anthony e sr. Charlie ainda estavam em casa, e até onde sabia, o voo deles era às nove da matina.
“Hey, what’s going on?”
“Nothing. Our plane Just changed the time. We’re goinmg at three p.m.”
“Oh, great.”
“Yes, they ate going ton eat here”
“I could see, mom… Wait! You were… speaking in English”
“Destiny, foi só uma frase. Sabe que não sei fluentemente.”
“Tá, mãe. Let’s go eat?”
“Yes”, responderam todos juntos.
Conversamos um pouco enquanto comíamos, e mamãe aparentava não estar gostando muito disso. Ela falava pouco e eu notava que estava entendendo tanto quanto falava.
Acabamos de almoçar uma hora antes do voo dos senhores Calton e Junkan partir. Tinham que ir embora.
Fui para meu quarto e fiquei por lá a tarde inteira. Estudei, tomei banho e depois de estudar um pouquinho mais, dancei e cantei.
Estudei física e matemática.
x²-8x+16=0
S= +8 P= 16
x’= 4 e x’’= 4
Eu estava ficando louca com isso acima quando resolvi entrar no banho e parar de estudar antes que eu pifasse. Só dei uma olhadinha melhor em duas fórmulas de física após o banho e esqueci-me do material.

Os dias passaram normalmente, fora o fato de meu pai não estar em casa. Eu teria, contudo, que me acostumar com isso.
Na sexta-feira a noite, meu pai ligou avisando minha mãe que poderíamos sair às compras, porque a conta corrente estava com dinheiro para essa finalidade. Ele havia pago, também, o que devíamos em Renner, C&A e outras lojas em parcelamento.
Minha irmã e eu dormimos agitadas. Tinha certeza que minha mãe também; ela só não deixou transparecer.
Acordamos animadas, como nunca. Tomamos café da manhã, nos arrumamos e fomos para o shopping.
“Qual shopping vocês querem ir primeiro? Jardim Sul, Morumbi, Market Place, Cidade Jardim, Ibirapuera…”
“Jardim Sul. Mãe, são dez da manhã e fora o Jardim Sul, todos os shoppings são grandes demais.”
“Concordo com a Gina. Vamos às compras no JDS e almoçamos por lá, depois vamos ao Cidade Jardim. Então amanhã vamos no Market Place e no Morumbi. Outro dia a gente vai em outros shopping, porque o que se mais tem nessa cidade é isso.”
“Tudo bem.”
Saímos da garagem. Chegamos em cinco minutos no shopping, quando meu celular tocou.
“Sim?”
“Desty! É a Nara. Que bom que você está acordada! Você pode sair conosco hoje?”
“A que horas?”, perguntei mais por educação, só por perguntar, porque eu não iria.
“O horário do filme é às cinco e vinte. Mas vamos para lá uma três.”
“Quem vai?”
“Eu, Alex, Luci, Peter, Thalassa e Gladis”
“Eu… Eu não posso”
“Mas por que?”
“Vou sair com minha mãe e irmã. Vamos às compras”
“Que shopping você vai? Porque vamos estar no Morumbi ou Market Place.”
“No Jardim Sul.”
“Ah tá. A gente se vê outro dia então…”, a voz dela murchou.
“Até”
Desliguei o telefone tentando esconder o riso interno que estava querendo me contaminar. Não fiquei triste; fazer compras era um hobby que eu nunca tive como teria aquele dia. Meus “amigos” podiam esperar.
Passamos em várias lojas, sem deixar de ir na Renner e na C&A – esta última só para comprar um colar que tinha achado muito fofo. Fomos na Miss Gatti, TNG, Arezzo, Luigi Bertoli, Leu (que acabamos não comprando nada).
Quando saímos da Leu, fomos para o carro deixar nossas compras para podermos almoçar. Eu estava esfomeada e fui direto para o restaurante que eu queria: Viena.
Para me grande espanto, quem eu encontrei lá? Peter e Alex servindo-se no maior papo. Que? Eles tinham um problema entre si, sei lá por que, só tinham. Minha maior sorte foi a deles estarem de costas. Dei meia volta e pedi para minha mãe encarecidamente irmos comer no Giorno. Dei a desculpa de que nunca comíamos lá e ela topou. (Obrigada deuses por minha mãe não ter visto meus amigos)
Sentamos numa mesa dentro, onde eles não me veriam nem se procurassem bem – nem a mim ou à minha família. Mesmo não os querendo encontrar, nem mesmo os ver, resolvi procurá-los só para ter uma ideia de onde estavam e encontrei o que queria. Eles estavam na mesa bem ao meio da praça de alimentação. Se fossemos para a esquerda, nenhum deles nos veria. Se fossemos para a direita, seria apostar na sorte; e eu não tinha muita certeza de que ela estava ao meu lado.

- DanDanika

Mudança de Vida part III

Eu não havia sido convidada para sair. Fiquei muitíssimo brava, eles não podiam simplesmente se esquecer de mim. Pelo menos era o que eu achava. Fingi que não os vira, todavia iria achar um jeito de ter meu reviravolta, minha chance de mostrar a eles que estava chateada, ou que não precisava de pessoas que não davam a mínima para os sentimentos alheios.
Seria em alguma hora, eu sentia isso.
Fiquei com raiva deles, não posso negar. Justamente isto que me deixou extremamente magoada, já que me ajudaram tanto, mas eu já fiz vista grossa para muitos deslizes; esse foi a gota d’água.
Minha suposta melhor amiga sai e não se dá nem ao trabalho de saber se gostaria de sair com ela. Não tolero mentira, porque aposto que se eu tivesse ligado para ela, me diria que já tinha compromisso. Não falaria, contudo, qual este era.
Descobriria a mentira mais tarde.
O problema, porém, não era só esse: eu não fui convidada para uma reunião de amigos que por minha causa estavam juntos naquele momento. Eu fui a ouvinte de seus problemas e os ajudei ao máximo que pude, com sucesso perfeito, para eles me aprontarem isso? Não era justo e eles não percebiam como podia ferir meus sentimentos. Nem um pouco culpados sentiam-se eles! Agiam como se nada estivesse errado, e eu não estava podendo acreditar no que via. A indignação falou mais alto e dei graças aos deuses por minha mãe não tê-lo visto, se não estava morta, metaforicamente.
Eu tive a impressão que minha magoa seria pior na segunda-feira. E já imaginei o por quê.
Sentamos em uma mesa para comer e meu pai foi ajudar nossos visitantes para comerem. Estava engraçado, tenho que admitir, mas ele se saiu melhor do que imaginava. Estava mais experiente no vocabulário alimentício do que ele mesmo achava.
Fui no Viena almoçar. A comida estava magnífica e meu prato era uma arte alimentícia de primeira (piadinha). E estava deliciosa.
Ficamos conversando, mesmo minha cabeça não estando completamente dentro do que falavam. Consegui me virar razoavelmente bem.
Acabamos de comer e fomos dar uma volta. Minha cabeça trabalhava freneticamente e assim que parei num espelho, vi como estava: meus olhos eram profundos, odiosos, bravos. Reconheci aquele olhar com facilidade, eu senti a profundidade dele.
“You’re OK?”, Anthony parou atrás de mim.
“Maybe. Personal reason”
“Sure. Let’s go?”
“Yes. Sorry”
Continuamos andando por um tempinho mais. Fomos embora antes das dez da noite. Eles para seu hotel, nós para casa.

- DanDanika

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mudança de vida part II

“We couldn’t introduce ourselves… My name is Anthony Calton and he’s Charlie Junkan. I’m the chef-director and…”
“I’m the vice-president”
“Great. My name is Destiny, she is my sister Gina and my mother Marietta. I’m pleasure to meet you both. But, dad, why exactly are they here?”
Eles riram.
“He´d want we here for can say the news”
“I’m gonna talk in Portuguese, ‘cause it’s better for my wife and my little daughter to understand. Excuse me”
“No problem”
Meu pai se virou para nós três com um enorme sorriso.
“O que eles falaram antes de rirem que não consegui entender? Eles falaram rápido demais...”
“Que estão aqui, porque papai pediu, mãe. ‘Ele queria-nos aqui para poder falar as novidades’… Tradição em uma palavra: insegurança.”
“Eu diria falta de coragem, medo da reação de vocês ou…”
“Cala a boca e fala logo o que há, pai!”, sincronia total com a minha irmã.
“Eu fui promovido”
“A quê?”, mamãe inclinou a cabeça. Na realidade, nós três fizemos isso.
“Preciso conversar com a sua mãe uns minutinhos”, ele pegou-a e levou-a para o quarto antes que nos manifestássemos, pedindo-nos para entretê-los.
“Sorry. My dad… I mean, our dad wants to talk with our mother alone.”
“Sure. No proplem. We understand. But… could I make questions for you both?”
“Sure”
“So… What type of musics do you like?”
“For me, pop or pop rock are the best option of musics. But my sister…”, me virei para Gina, “Você o entendeu?”
“Sim, posso tentar responder?”, olhei com aquela cara de quem diz ‘Você tem certeza?’. “Você me ajuda”
“Tá”
“I like pop…”, ela olhou para mim. Eu sabia as palavras que queria saber sem ela sequer ter aberto a boca.
“As my sister and…”
“… as my sister and like rock music too”
“So… You like musics like your father… That’s interesting”
“And my mom like more brazilian musics. That’s funny, ‘cause she is the only one in the family that isn’t really fan of english songs”
“I see. And books, what kinds of do you like?”
“Comics”. Minha irmã falou com um entusiasmo que me assustou, a princípio.
Gina adora conversar comigo em inglês, para aprender e se gabar para as amigas. Quando não sabe alguma palavra, ela fala em português e eu traduzo. Em uma dessas conversas, fizemos um diálogo com perguntas e respostas, e uma dessas perguntas foi esta. Por isso ela já sabia o significado e a resposta a se dar.
“Yes, she loves reading comics”, disse eu rindo, “Me too, but I read everything that I want and Love, for exemple, Harry Potter’s books, the Twilight saga, ‘Poderosa’ and others. I prefer scientific fiction or magic stories. What about you?”
“I read everything, aparto f own help’s books”, Chalie Junkan disse em um tom super sério. Eu senti a ironia no ar e comecei a rir. Todos caíram na risada, para ser mais sincera, incluindo o ‘piadista’.
Anthony Calton concordou com ele e falou sobre os tipos de músicas que mais lhe agradavam: rock. Chalie preferia pop rock. Eu traduzi para Gina o que não havia entendido e nós duas rimos juntas.
“My dad is similar”, expliquei, “He loves rock’n’roll, but I pop rock. Soa t home is really weird. One heard a type and other another type. That’s why que were lauthing”
Rimos todos novamente.
Tive a impressão que meu pais estavam estranhando, já que meu pai surgiu nervoso na sala. Falei que estava tudo bem, só que a conversa estava engraçada e nada mais.
Gina cochichou no meu ouvido que precisava ir ao toillete, e voltaria. Pediu licença, alegando precisar fazer uma coisinha importante. – claro, evidente, que ajudei-a nisso.
“Did you come to Brazil before?”
“No”
“Yes”
“Really, Mr. Calton? And what did you like?”
“The weather. Here is sooooo hot and I could stay without T-Shirt. It was a really good experience.”
Ele sorriu. Senti seu entusiasmo ao recordar-se da sua viagem. Contou que visitou o Rio além de São Paulo e Fortaleza e achou maravilhoso. Adorou feijoada e pão-de-queijo, que é de praxe todos gostarem.
Pouco tempo depois meus pais voltaram, minha irmã junto com eles. Os três estavam sorrindo e eu estava mais curiosa que nunca.
“She agreed and I accept.”
Boiei. Aceitou o que? Puxei minha irmã e exigi saber o que se passava.
Foi então que ela me deu a resposta que tanto esperei. Ela foi espionar a conversa de nossos pais e descobriu que papai foi promovido, mas o maior problema era onde teria de trabalhar.
O vice presidente, senhor Chalie, era novo na empresa. Ele foi contratado porque o antigo falecera. (Eu me lembro de meu pai ter comentado sobre isso) Ele, então, não podia ser o novo presidente, tendo em vista que não conhecia muito bem a produtora e precisavam de alguém mais experiente.
Meu pai era muito amigo do presidente geral, que agora seria seu posto, e ele sabia que ninguém daria tão bem no posto a não seu meu pai. Ele queria se aposentar, já que tinha mais de 75 anos e se cansara de trabalhar.
Senhor Calton estava radiante e com seu celular na mão. Ele falava rápido; pouco entendi. Ele devia estar falando com o presidente, pelo seu modo de se portar, mesmo sem o vê-lo. Falava que meu pai havia aceitado.
Fui para meu quarto um pouquinho para ouvir música. Me empolguei, devo admitir aqui nessas páginas sem fim, e comecei a cantar e dançar.
Droga.
Não consegui controlar algo que sou apaixonada, é impossível para mim e, ao som de um pop que amo, dancei pelo quarto inteiro.
Meu pai abriu a porta do meu quarto, me assustando. Parei tudo e tirei os fones do ouvido, para poder ouvi-lo.
“Meu amor, eles querem te ouvir cantar.”
“T-tudo bem.”, fiquei um pouco intimidada, sem graça, para ser mais precisa. Porém isso não me impediu de cantar. ‘When you look me in the eyes’ dos Jonas Brothers é linda, e era a que estava ouvindo.
Quando acabei de cantá-la percebi o que fizera.
Os dois estrangeiros estavam boquiabertos. Tradução em palavras: “Caramba, ela canta muito e em inglês!”
“You… You were awsome! It was amaizing. You’re really good! Could you sing another song?”, Anthony estava fascinado.
“Do you know Paramore?”
“What song, Mr. Charlie?”
“’Misery Business’ or ‘That´s what you get’”
“I love both. But prefer ‘Misery Business’”
“So… Could you asing this song?”
“Yes, sure”
Cantei. Mais uma vez ficaram pasmos com minha voz.
XXX
Algumas horas se passaram.
Já havíamos almoçado, então resolvemos jantar no shopping. Sendo assim, minha irmã e eu fomos para o quarto nos arrumar e nos trancamos lá por uma hora, até acabarmos de nos arrumar de roupa e cabelo. Tinhamos que encontrar roupas chiques aos olhos dos estrangeiros, ao mesmo tempo que não ficássemos fora do modo de vestimenta para ir ao shopping. Ou seja, o casual.
Chegamos no shopping, lotado para variar, e vi alguns colegas e amigos lá. Fiquei chocada com o movimento, tinha mais gente do que podia-se imaginar. O choque, porém, foi ver amigos meus lá.

-DanDanika

domingo, 29 de novembro de 2009

Mudança de vida part I

Acordei em uma manhã chuvosa de verão, um pouco mais contente do que a maioria dos seres humanos. Não podia ser por menos: meu pai voltava de viagem. Foram duas longas semanas longas para mim. Ele é meu parceiro; parece mais amigo do que pai.
Mamãe também já acordara. Podia ouvir uma agitação em seu quarto,e não eram sonhos. Era um tal de abrir e fechar portas que inclusive acordou minha irmã. Ela não acorda com muita facilidade assim.
Não me mexi da cama, a princípio. Me espreguicei lentamente e levantei, fazendo meu alongamento diário. Após ele, como de costume, fui ao banheiro.
“Para de fazer barulho, mãe!”, minha mãe não a ouviu, pois não respondeu e o barulho continuava.
Sai do quarto irritada – o que não acontece com facilidade, já que demora-se para me tirar do sério. Minha irmã não parava de berrar e minha mãe não escutava de jeito nenhum.
Entrei em seu quarto e me deparei com a cena mais bizarra que já havia visto: minha mãe dançando feito louca pelo quarto enquanto se trocava. Foi ai que entendi o motivo dela não ter ouvido minha irmãzinha. (E depois vinha falar que eu punha a música muito alta). Ela dançava ao embalo de Skank e essas músicas brasileiras mais antigas que são as únicas em seu I-POD e não me agradavam. Puxei um de seus fones.
“Mãe, cê ta fazendo muito barulho”, ela me olhou surpresa. Havia tomado um susto comigo. ”Dava pra acalmar?”
“Claro, claro, Destiny. Desculpa. É que eu to empolgada”, ela respirou fundo, sorriu e prosseguiu, “Seu pai me ligou ontem todo animado e falou ter uma notícia que gostaríamos muito. Ele pediu também para nos arrumarmos bem e deixar a casa impecável. Então, mãos a obra. Gina, levanta’, ela gritava assim como minha irmã fizera.
“Já levantei”, sua voz ecoou entusiasmada pelo banheiro, “Já te ouvi também.”
Fui para o quarto e, meio lentamente, ainda, arrumei-o. Demorei tempo suficiente para meu pai ligar avisando que chegava em vinte minutos. Me desesperei. Minha mãe também.
“Gina, acaba de arrumar a casa! Falta roupas suas e da sua irmã pra tirar da sala”, ela ordenou, “A Destiny ainda não ta arrumada, você já. Não reclama”
Assim que acabei de me ajeitar, a campainha tocou. Minha irmã entrou no meu quarto e avisou que não atenderia a porta sozinha; mamãe ainda se maquiava.
Meu pai estava com visitas. E falando em inglês quando abri a porta da sala.
“Hi, papis!”, abracei-o.
“Oi, meus amorzinhos! Cadê sua mãe?”
“Vindo”
Ela apareceu assim que acabei de falar. Como ela faz isso?
Escapei deles com agilidade para meu quarto. Precisava achar meu I-POD antes que eu pirasse. Eu tinha que ouvir música.
Minha mãe teve um chilique quando percebeu que eu sumira, meu pai queria todas juntas para dar a notícia que era tão importante. Detalhe: minha irmã e eu não tínhamos idéia do assunto. Gina bem que tentou arrancar do que se tratava todo esse mistério, sem nenhum sucesso.
Meu pai trabalhava em uma gravadora como presidente-produtor (ou presidentor, como o batizamos) desde que me entendo por gente. Minha maior diversão é ganhar CD´s grátis, uma vez que no trabalho papai ganha todo tipo de CD, então ele nos dá os que gostamos. Um gasto a menos para mim quanto a comprá-los, já que sou colecionadora compulsiva disso desde os quatro anos. Tenho de tudo até hoje; desde Xuxa e Angélica até Paramore e Avril Lavigne, passando por Sandy & Júnior e Disney.
A importância do assunto tinha que se relacionar com isso, pois meu pai estava de um modo diferente, algo que não via a tempos.Será que existe algum cargo ou coisa do tipo melhor? Se a resposta for afirmativa, ele a conseguiu.
E o que significava aqueles estadounidenses – porque me recuso a chamá-los de americanos, eu também sou – em casa? Eles tinham um ar de importância similar ao que meu pai usa, e a pulguinha atrás da orelha estava me matando. A curiosidade me tomava a cabeça.
“Estes homens não falam português, então temos um impasse”, papai virou-se para mim, “ Teremos que ajudá-la se falarem com ela”
“Claro”Então começamos a conversa com os estrangeiros, que pareciam entediados.

- DanDanika

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Bad Dreams part. II

Não acredito!
O sonho/pesadelo não ficou só na minha cabeça...
Quando cheguei na escola vi que meu sonho foi um aviso, uma previsão. Convites, risos e palhaçadas aconteciam e todo mundo me ignorava!
Logo eu, a garota mais mais da escola, sendo ignorada por todos? O que aconteceu?
Tentei descobri o que estava havendo, porém todos fingiam que eu não existia e isso me abalou mais do que deveria.
Fui me sentar em meu lugar de costume na sala e percebi algo de errado: minha carteira estava suja e parecia que alguém tentou-la destruir, sem muito sucesso, já que a carteira é bem resistente.

-DanDanika

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bad dreams

Quando as pessoas vão perceber que estão magoando as outras?
Amy, minha BFF, resolveu me deixar de fora do evento mais importante de nossas vidas: a BIG PARTY ever.
Quero minha vida de volta!!

Acordei do pesadelo que estava tendo gritando. Eu arfava como se tivesse corrido mais do que pudia. A única diferença é que eu estava deitada em meu quarto com um gibi tombado no chão, que devia ter caido quando levantei.
Digamos que ele voou de meu colo.
Eu não passava bem. Aquele sonho parecia tão real que eu estava tremendo. Minha mão estava fria e eu não sabia o que fazer.
Puxei as cobertas para cima de mim e tentei dormir de novo, grata por meus pai não terem acordado.

-DanDanika

sábado, 24 de outubro de 2009

O Rapto Fabio POV

Desde o dia que a vi, me encantei com sua voz e atitude, além de seu jeitinho meigo e inocente.
Natascha estava sozinha numa certa hora da festa e eu havia ficado por muito tempo assim. Cheguei perto dela e puxei conversa.
Perguntei sobre algumas coisas. Encontramos um assunto que eu, pelo menos, adorava: música. Ficamos um bom tempo conversando sobre; acabou a festa e ainda conversávamos. Falamos sobre filmes, depois de entrarmos numa conversa sobre soundtracks boas de filmes.
Voltei para casa um pouco avoado, com Drew. Ele percebera que eu estava diferente e quis saber o que acontecia.
- Estou encantado com a sua amiga, Natascha.
- Percebi que vocês ficaram conversando a festa inteira, teoricamente. – ele me encarava, com tom de suspeita.
Não o respondi. Voltei a ver o rosto dela a minha frente e me calei. Vê-la novamente era tudo que eu queria, e acontecia em pouco tempo.

Alguns dias depois, fomos no cinema e Drew fez questão que eu fosse, tendo ele convidado Natascha por minha causa, e convenceu-a a ir.
Em pouco tempo estávamos no shopping com uma galera enorme, esperando-a. Como ela estava demorando, foram comprar os ingressos, para não haver problema de lugar para todo mundo. Faltavam menos de cinco minutos para começar o filme quando ela chegou. Drew ficou esperando-a e trouxe-a para dentro do cinema.
Ela sentou ao meu lado, o único ligar que havia sobrado na fileira. Não parecia ter apreciado muito, mas as luzes se apagadas e todos estavam agitados.
Um bom tempo passara antes de ouvimos alguns gritos vindo de outras salas. E em minutos nossa sala foi invadida por assaltante. Não consegui me mover, estava um tanto confuso. Um homem havia se postado ao lado de Naty com uma arma na mão, mandando-a levantar.
Segurei seu pulso e ela olhou para mim; sua expressão era um tanto calma para o momento, ela estava parcialmente indiferente.
- Você, rapaz, também vem comigo. – O homem falava baixo porém autoritário e não pensei duas vezes, simplesmente levantei. Afinal, ele poderia atirar se eu não o obedecesse.
Fomos até o corredor, sem mais ninguém. Andamos por ele até encontrarmos mais quatro assaltantes e outros jovens, adolescentes, reféns deles.
Fomos levados à uma van, que nos esperava, com um homem dentro. Nos arrumaram como dava na van, porém três dos cinco assaltantes foram no chão: um no meio das pernas de Naty e os outros dois no meio das pernas de outras duas garotas. Nenhuma delas, nem Naty, parecia se importar muito com isso.

Nos levaram para um quarto grande, com uma cama de solteiro no canto e duas cadeiras ao lado, uma escrivaninha com papéis, luminária e alguns lápis e canetas, que peguei e inutilmente comecei a desenhar, enquanto o resto não entendia o que acontecia.
- O que está acontecendo exatamente? – uma garota perguntou, assustada e confusa.
- Não tenho certeza, mas suspeito que fomos raptados – Naty respondeu, de um modo calmo e paciente.
- Raptados?
- Claro, ou tem alguém com outra explicação lógica para isso?
- Calado Fábio – Naty mandou.
Ela explicou do jeito que conseguia, tentando não assustar ninguém, o que acontecia, ainda calma.
Foi então que uma garota percebeu algo interessante: estávamos com nossos celulares. Podíamos ligar para ajuda, para nossos pais.
- Ou polícia!
- Melhor para os pais. Eles vão ficar preocupados conosco.
Naty tinha razão. E se ligassem para nossos pais antes de avisarmos que estamos bem? Minha mãe ia ter um ataque.
Todos nós ligamos. Minha mãe teve um chilique do outro lado da linha, porém consegui acalmá-la e falar para ela fazer contato com os pais de Naty e desliguei. Mas pouco antes avisei para ela agir com preocupação caso os sequestradores ligassem.
Um tempo depois, os sequestradores entraram no quarto e pegaram todas as nossas coisas, inclusive os celulares.
Assim que saíram, Naty puxou o celular dela de dentro do sapato e ele estava vibrando. Como fizemos antes, todos começaram a conversar para abafar sua voz.
Ela explicou o que aconteceu aos pais e depois deu uma desculpa para poder desligar.
- Será que não é melhor vocês ligarem para seus pais? Avisar que tá tudo bem… - mas foi interrompida por Jéssica, exclamando, aos sussurros.
Todos ligaram só para avisar o que tinha acontecido. Um bom tempo depois ouvimos sirenes de polícia…
- Estamos salvos! – alguém falou.


Foi tenso.
Um dos sequestradores conseguiu fazer Stella ainda como única refém, quando conseguimos escapar. Mesmo assim deu tudo certo: ela fora liberta. Todavia, dois deles fugiram.
Fomos embora cada dois em um carro de polícia, e eu e Naty tivemos que ir juntos. Ela não me parecia contente. Ela sentou numa ponta, olhando para fora da janela, e eu na outra. Entretanto em pouquíssimo tempo ela me abraçou, trêmula.
- Para de tremer! – chacoalhei seu braço, não muito forte. – Você foi super corajosa! Por que está assim?
- É que agora me bateu aquele medo do que podia ter acontecido e não consigo me fazer parar de pensar nisso – ela disse, com a voz trêmula.
Puxei-a contra meu peito, passando a mão em seu cabelo até seu ombro, tentando acalmá-la. Desci uma mão até sua cintura, puxando-a para cima, e depois puxei seu queixo, fazendo-a olhar para mim. Então beijei sua bochecha e testa pedindo para ela se deitou em mim.
Pedi para respirar fundo, para ela relaxar. Seus cabelos estavam cobrindo uma parte de seu rosto, mas ela fechou um pouco os olhos e parecia um anjo adormecido. Não resisti: puxei seu cabelo um pouco e no tentei beijá-la. Não consegui fazer o que queria, respeitando-a; porém minha boca parou a milímetros da dela.
Não resisti como eu queria; mordi SUS lábios inferiores, segurando-a firme – fazendo-a lacrimejar, percebi depois. Beijei-a como queria, sem ser correspondido, por algum tempo. Ela não devia ter correspondido, pois fiquei ainda mais apaixonado, querendo-a inteira.
Toquei-a no pescoço, sentindo seu pulsar, acelerado. Fiquei assustado, cessando nosso beijo. Ela havia relaxado.
Ainda bem.
Abracei-a, deixando-a encostada em meu peito até chegarmos à casa dela.
Lá, meus pais vieram ver se estava bem e, como sempre, finalmente minha mãe se acalmou. Meu pai agradeceu aos pais de Naty, que fora puxada por sua amiga e Drew para um canto. Cheguei na melhor hora da conversa.
- Mas então você e Fábio estão juntos? – Wanessa estava ansiosa.
- É, Naty, sim ou não?
- Estamos – respondi à Wanessa, abraçando a Naty por trás e ela enrijeceu, de susto. Beijei sua nuca para ver se relaxava. Claro sinal do que havia falado.
TODOS ouviram o final da conversa e o que fiz nela. Nossos pais resolveram nos fazer ficar corados; eles iam “comemorar” por termos voltado e por estarmos namorando.


Fomos a um restaurante, toda a galera do cinema mais meus e os pais de Naty, de noite. Fiquei junto com Naty o tempo inteiro, paparicando-a, como ela me falou depois.

- DanDanika

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Rapto Natascha POV

Fazia apenas nove dias que nos conhecíamos, todavia nos tornamos muito próximos.
Nos conhecemos na festa de Drew, um amigo em comum nosso. Conhecemo-nos desde que nascemos, já que nossas mães conviviam ainda grávidas.
Drew e Fábio são amigos por conta de uma viagem, e ele ficara deslocado na festa, vindo falar comigo, uma das poucas garotas lá, e a única sozinha naquele momento.
Intimidada, por pouco tempo, começamos a conversar sobre algo que entendo bastante e tenho gosto imutável: música. Falamos sobre muitas coisas, entre elas trilhas sonoras, soundtracks, debatendo sobre alguns filmes que nós dois gostávamos. Poucos, mas suficientes.
Drew me ligara para nos encontrarmos. Íamos ao cinema – a turma toda, uma dezesseis pessoas – Assistir a mais nova estréia do ano e eu aceitei no ato. Não via a hora do filme sair e iria ao cinema de qualquer jeito. E por que não com meus amigos?
Me atrasei demais, mesmo assim consegui chegar na hora e minha sorte foi que quando foram comprar as entradas para todos, lembraram de mim.
- Finalmente! Vamos! – Drew me arrastou, literalmente, para dentro da sala do cinema, onde todos estavam.
Tive que sentar ao lado de Fábio, no canto. Fora o único lugar que sobrara, e eu prefiro. Ficar mais longe das conversas me faz prestar mais atenção no filme, coisa complicada no meio da muvuca.
As luzes se apagaram e o filme não começou. Estávamos no escuro e continuamos por um bom tempo até que descobriu-se o que acontecia.
Ouvia-se gritos de dentro de outras salas. A porta de saída da sala que estávamos escancarou, de repente, com alguém mandando todos saírem.
Senti uma mão em meu braço e ao olhar para o lado, vi homem armado com um revólver em minha direção.
- Levante – ordenou.
Tentei discordar, porém o medo dele atirar me fez levantar. Senti uma mão em meu pulso esquerdo e vi Fábio – mesmo com pouca luz – assustado e apreensivo.
- Desçam logo! – o assaltante estava ficando irritado. Num tom mais baixo disse: - Você, rapaz, também vem comigo.
A sala havia esvaziado. Estava,os só eu, Fábio e o assaltante, que em pouco tempo fazia-nos descer as escadas em direção a porta.
Andamos pelo longo corredor, deparando-nos com mais quatro assaltantes e seus reféns. Mesmo sem ser da polícia, dava para perceber uma coisa: fora planejado, com algum por quê pó trás disso. Era como se soubessem quem iria estar em certo lugar, tendo somente jovens – adolescentes entre 15 e 20 anos, não mais do que isso – entre os reféns. E mais: percebi que todos deviam ser ricos, ou melhor, estar bem de vida, como eu, pois suas roupas os denunciavam. Lacoste, Luigi Bertolli, Centauro, Hering e Spezatto eram marcas entre nós.
Nos levaram para uma van.
No caminho até ela, os assaltantes se “fantasiaram” de amigos – tirando a máscara e as luvas, além de esconderem o revólver – para passarem pelos seguranças sem levantarem suspeitas, como se fossemos uma turma. Avisaram-mos que se tentássemos qualquer gracinha, matariam.
Havia mais um homem dentro dessa van.
Eles nos ajeitaram nos acentos e se espremeram no chão. Havia um em meus pés, no meio das minhas pernas, e pouco estranhei, já que me costumara por conta da rotina em que alguns amigos meus faziam isso. Os outros dois, que teriam que se sentar no chão, fizeram o mesmo, com outras garotas.
Fomos levados para uma casa não muito longe, com três cômodos e um banheiro, provavelmente a casa de algum deles. Ficamos todos no maior quarto da casa, sozinhos, enquanto eles foram a outro quarto.
- O que está acontecendo exatamente?
- Não tenho certeza, mas suspeito que fomos raptados. – respondi, tentando achar algum jeito de falar isso num tom calmo para não assustar.
- Raptados?
- Claro, ou tem alguém com outra explicação lógica para isso?
- Calado Fábio. Eu falo. Vamos ver se isso faz sentido: somos bem de vida e eles planejavam nos raptar. Conseguiram, e aqui estamos.
Fui cristalina o suficiente para eles entenderem.
- Mas eles são meio… burros – uma garota falou. E tinha total razão – Estamos com nossos celulares e – ela sussurrava – bolsas. As meninas devem tirar os celulares da bolsa e coloquem nos bolsos, para se eles perceberem as bolsas, ficaremos com os telefones.
- E podemos ligar para os nossos pais!
- Ou a polícia! – um garoto exclamou baixo.
- Melhor para os pais. Eles vão ficar preocupados conosco. Já pensaram se eles fizerem contato com nossas famílias?! Melhor ligarmos para eles comunicarem a polícia e ficarem calmos. Ou um pouco menos nervosos.
E assim fizemos. Victorio, Jéssica e Igor ligaram primeiro, enquanto nós fazíamos um pouco de barulho, conversando. Não muito alto, só o suficiente para acharem que batíamos um papo.
Após eles, Fábio, Marina e eu ligamos.
Meus pais ficaram nervosos quando falei o que estava acontecendo, entretanto pedi para eles ficarem calmos, cooperarem e comunicarem à polícia que fomos raptados. Avisei também para, se os assaltantes ligarem, agirem com muito nervosismo, pois eles não sabiam que estávamos ligando e comunicando com eles. Falei que Fábio estava comigo. E desliguei.
Evangelina, Caio, Matias e Stella ligaram e rapidamente, em menos de vinte minutos, havíamos falado com nossas famílias.
Mas após pouco tempo, eles entraram no quarto, ameaçando. Pegaram tudo de nós, entretanto eu havia escondido meu celular no meu sapato e afirmei não ter nada comigo, pois meu celular havia quebrado. (Pelo menos me lembrei de colocar o celular no vibra, já que ele começou a tocar antes deles nos deixarem a sós)
Todos começaram a conversar para eu poder falar com meus pais, que avisaram já ter comunicado a polícia, que estava a cominho. Avisei que pegaram todas as nossas coisas, mas consegui colocar o celular num esconderijo perfeito para eles nãio encontrarem. Minha mãe disse também que eles fizeram contato e que, pelo menos para ela, exigiram vinte mil reais para me libertarem sem me machucar. Ela agiu com uma perfeita atriz, fingindo acreditar e falando para não tocar em mim que ela iria arranjar o dinheiro. Precisei falar para ela que precisava desligar, e só assim ela parou de falar.
Contei para todos o que aconteceu e Stella percebeu algo junto comigo, mas ela fora mais rápida:
- Por isso vieram pegar nossos celulares! Porque nossos pais ligariam para nós! Até que eles conseguiram pensar direito.
- Será que não é melhor ligarem para seus pais? Só para falar que ainda está tudo bem… - fui interrompida.
- Mas vai acabar com seu crédito! – Jéssica exclamou, aos sussurros.
- é só ligar a cobrar, my love – Igor sussurrou para ela, mas eu estava perto o suficiente para ouvir.
- Liguem rápido. Dez segundos, só para falar que por enquanto tá tudo bem e que a polícia tá chegando.
Todos, brevemente, falaram com suas famílias.
Não deu muito tempo, não mais que um quarto de hora para a polícia chegar.
- Estamos salvos! – Marina estava olhando para fora, pela minúscula janela que entrava o pouco de ar que havia dentro do quarto.
- Eles estão invadindo a casa! – disse – Escutem o barulho vindo da porta!

Demorou um bom tempo para prendê-los; dois deles fugiram e um trancou-se conosco no quarto quando os outros três foram presos. Ele pegou Stella como refém enquanto fugíamos, para negociar com os policiais.
Não conseguiu muita coisa, já que demos nosso jeito de soltá-la antes que algo ruim acontecesse.


Cada “casal” voltou em um carro da polícia, ou seja, voltei com Fábio. Eu estava um tanto quanto assustada, apesar de não ter se sucedido nada de muito anormal, que eu não tenha visto na televisão.
Abracei Fábio e ele percebeu que eu estava um pouco abalada.
- Para de tremer! Você foi super corajosa! Por que está assim?
- É que agora me bateu aquele medo do que podia ter acontecido e não consigo me fazer para de pensar nisso – cochichei.
Ele me puxou para mais perto de si – algo um pouco difícil, já que eu já tinha o abraçado –, passando a mão por meus cabelos, até meu ombro. Sua mão hesitara duas vezes de descer por mim – pude perceber – mas o fez, me puxando para cima. Sua outra mão segurava meu queixo, me fazendo olhá-lo, quisesse eu ou não. Beijou minha bochecha e minha testa, pedindo para eu respirar fundo e lembrar que estávamos a salvo e que nada aconteceu, para não me preocupar. Sorri e deitei em seu ombro, ainda tensa.
- Vai Natascha, respira fundo e relaxa! – ele fazia carinho em mim. Sua voz era doce e ele estava falando em meus ouvidos, sussurrando.
Não sei se foi intencional, entretanto ele, procurando por meu cabelo, encontrou meus lábios. Levantei um pouco a cabeça, envolvida por seus braços, com sua boca a milímetros da minha.
Mordeu meus lábios inferiores, colocando suas mãos em minha cintura. Beijou-me. A princípio não correspondi, mas não resisti ao seu carinho, e meu desejo de tê-lo após isso aumentou.
Desde que eu o conheci, ele sempre foi muito fofo e meigo, porém nunca tinha olhado-o com outros olhos.
Meu coração disparara ao seu menor toque, quando sua mão veio ao meu pescoço, me segurando forte contra si, então meu coração parecia pular de minha boca.
Ele me distanciou de si, sorrindo. Não queria cessar, todavia havia ficado relaxada o suficiente, como, pelo visto, ele queria.
Me abraçou e ficamos assim até chegarmos em casa. Assim que entramos em casa, meus pais nos separaram e percebi os pais deles em casa, além de meus amigos que estavam conosco no cinema. Todos perguntaram se estávamos bem, se não tínhamos sofrido nada. Era meio óbvio que não, entretanto respondi, já que queriam uma resposta.
Wanessa, minha BFF, e Drew me puxaram para um canto e perguntaram se eu e Fábio estávamos juntos.
- Estamos – Fábio apareceu atrás de mim, respondendo. Ele tinha me abraçado por trás, beijando minha nuca.
“Obrigada, querido” era o que eu devia ter respondido, mas não tive tempo; TODOS ouviram o “babado master” de que finalmente estava namorando.
Meus pais disseram que queriam comemorar por eu ter voltado e por estar namorando. Corei de vergonha, porém os pais de Fábio também tinham concordado e feito-o corar.


Todos foram para suas casas trocar de roupa. Demorei um bom tempo para me arrumar, como a maioria das mulheres demoram.
Chegamos no restaurante cedo demais, por isso ficamos conversando. Fiquei sendo paparicada pelo Fábio o tempo inteiro, além de minha BFF ficar me olhando e fazendo gracinha vááááááááááárias vezes.

- DanDanika

Magic isn't like a fairytale, not always

Eu preciso de ajuda. Cadê todo mundo? Não vou conseguir sozinha.
Nunca vi nada tão tenebroso e negativo até encontrar todo o problema de meu reino. Era simplesmente algo inacabável. Era tanto que não tinha certeza que era mortal. Só sabia que tinha que mandar a coisa para o lugar de onde veio.
Mas como? Meu treinamento não incluía lutar com um “monstro” de quilômetros de cumprimento. Eu precisava criar uma estratégia de imediato.
Descobri, em livros, que meus pais tinham um inimigo das trevas e que, com certeza, isso era obra dele.
Tentei pensar em alguma coisa, e a conclusão que cheguei foi que voltaria à escola e procurar algum livro que me ajudaria.
Voei, literalmente, para a escola. Levei uma hora para chegar e fui recebida com surpresas por minhas amigas.
Falei o que precisava e o porquê de eu estar lá. Elas foram comigo até a biblioteca me ajudar. Nossa diretora nos autorizou para usarmos a sala ‘não-autorizada’ para procurarmos o que eu precisava.
- Não tenho certeza de que vão encontrar o que querem, mas procurem. Até onde me lembre, deve ter um livro chamado “As profundezas e seus monstros”, porém não sei se tem sobre aquilo no livro. Boa sorte e volte aqui depois, antes de ir embora – ela parecia nervosa.
Fomos para a biblioteca. A área não-autorizada estava aberta e a bibliotecária nos esperava meio nervosa, assim como nossa diretora estava.
Levamos um tempo até acharmos o livro. Acilina vasculhou-o e estava quase desistindo quando encontrou uma página com um tópico sobre a energia.

Como detectar uma energia negra?
Quando você pisca duas vezes rapidamente, vê-se a energia.
Assim que chega perto dela, sente-se sua tristeza ou negatividade
(que, dadas as circunstâncias, deu-se o nome dessa força).
Como detê-la, acabar com ela?
Não tem magia que possa acabar com ela. O único modo de
acabar com ela seria mandá-la para o lugar de onde veio. Sua fonte
seria morta e transportada para o lugar mandado a energia negra.
Sua força contraria é a branca, luz.

- É genial! Achamos!
- Não é nada genial. Temos um problema enorme agora.

- DanDanika

sábado, 17 de outubro de 2009

Magic

Seu reino estava sendo atacado por monstros anormais, frutos de magia negra e a cidade estava aterrorizada.
Os reis deste reino tentavam impedir o avanço com seus poderes e ajudar militar-mágica, mas nada os parava.
Eles eram indestrutíveis.
A rainha não estava forte o suficiente para continuar em batalha; ela estava grávida de seu segundo filho, que já sabia ser uma menina.
Sua filha, que logo se tornaria a mais velha, cuidou para que a mãe ficasse em repouso, para ela não perder a tão esperada irmã de Alethea.
Um pouco mais de um mês depois desta batalha começar, Catarina teve sua filha Althaia.
Quando sua menina completou seis meses, as forças que pairavam por ela se mostraram fortes e ela já tinha habilidade de se defender. Seus poderes eram mais fortes do que de muitas crianças de anos de experiências e as forças obscuras já haviam notado.
Iriam tentar destruí-la.
Em pouco tempo tomaram a guarda do castelo e ninguém conseguia entrar ou sair.
A família estava toda reunida na sala do trono quando isso se sucedeu e em pouco tempo as forças negativas haviam prendido os reis e as princesas. Os encurralaram.
Althaia percebeu algo errado. Não era comum a cara que seus pais estavam fazendo. Ela percebeu que eles estavam com medo e tentavam se defender de uma coisa feia, preta, amedrontadora.
A pequenina começou a chora. Ninguém conseguia fazê-la parar.
Uma luminosidade intensa e pura saiu do lindo corpinho de bebê no centro dessa família.
Uma energia forte e quente envolveu essa família. Em alguns minutos, toda aquela magia negra havia sumido de dentro da sala do trono, mas os reis tinham pouco tempo ara transferirem até um lugar seguro. Eles precisavam de ouro e roupas para levar.
A sorte é que nesses tempos difíceis, eles se lembraram de separar algumas roupas e ouro para caso precisassem escapar com urgência, mas sabiam que precisariam de mais ouro para sobreviver em outro mundo.
A hora chegou. Eles precisavam partir antes que fosse tarde demais. A realeza tinha que fugir.
- DanDanika

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Como entender Adolescente?"

Eu sei que é meio cedo para tirar uma conclusão, mas não vejo problemas em tentar, mesmo que eu vá falhar.
Por que será que nossos pais se metem tanto na nossa vida? Será que vai ser assim para sempre? Espero que não.
Todo o que você faz seus pais querem saber. Eles dizem que é obrigação nossa contar e que não devemos esconder nada deles.
Mas e quando precisamos, já que sabemos que eles não irão entender? Pois é. Essa semana precisei esconder algo deles para não aborrecê-los mais, pois sei que nessa época do mês eles já estão com os nervos a flor da pele - para bom entendedor, meia palavra basta.
Tento contar, infelizmente, boa parte do que acontece em minha vida, mas nem sempre posso. Eles não entendem que tem coisas que só podemos contar para nossos amigos e vice-versa, e tenho certeza que esse último bem menos.
Isso foi só uma das coisas que deveriam estar no manual "Como entender Adolescente?"
Well, e quando nossos pais, ou mais no meu caso, minha mãe, resolve ter um ataque por que você não fez isso ou aquilo? Ai é que o bicho pega. Um começa a gritar, depois o outro grita mais alto para ser ouvido e, quando você se der conta, o prédio inteiro ou boa parte da rua (se você mora em uma casa) está ouvindo sua discussão com seus pais. Que mico!
Não sei o que fazer para balanciar tudo, mas acho que um dia vou ser mãe e vou entender o que a minha quer dizer com tudo que acontecer. Pelo menos é o que ela diz - e meu pai também.