terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mudança de Vida part III

Eu não havia sido convidada para sair. Fiquei muitíssimo brava, eles não podiam simplesmente se esquecer de mim. Pelo menos era o que eu achava. Fingi que não os vira, todavia iria achar um jeito de ter meu reviravolta, minha chance de mostrar a eles que estava chateada, ou que não precisava de pessoas que não davam a mínima para os sentimentos alheios.
Seria em alguma hora, eu sentia isso.
Fiquei com raiva deles, não posso negar. Justamente isto que me deixou extremamente magoada, já que me ajudaram tanto, mas eu já fiz vista grossa para muitos deslizes; esse foi a gota d’água.
Minha suposta melhor amiga sai e não se dá nem ao trabalho de saber se gostaria de sair com ela. Não tolero mentira, porque aposto que se eu tivesse ligado para ela, me diria que já tinha compromisso. Não falaria, contudo, qual este era.
Descobriria a mentira mais tarde.
O problema, porém, não era só esse: eu não fui convidada para uma reunião de amigos que por minha causa estavam juntos naquele momento. Eu fui a ouvinte de seus problemas e os ajudei ao máximo que pude, com sucesso perfeito, para eles me aprontarem isso? Não era justo e eles não percebiam como podia ferir meus sentimentos. Nem um pouco culpados sentiam-se eles! Agiam como se nada estivesse errado, e eu não estava podendo acreditar no que via. A indignação falou mais alto e dei graças aos deuses por minha mãe não tê-lo visto, se não estava morta, metaforicamente.
Eu tive a impressão que minha magoa seria pior na segunda-feira. E já imaginei o por quê.
Sentamos em uma mesa para comer e meu pai foi ajudar nossos visitantes para comerem. Estava engraçado, tenho que admitir, mas ele se saiu melhor do que imaginava. Estava mais experiente no vocabulário alimentício do que ele mesmo achava.
Fui no Viena almoçar. A comida estava magnífica e meu prato era uma arte alimentícia de primeira (piadinha). E estava deliciosa.
Ficamos conversando, mesmo minha cabeça não estando completamente dentro do que falavam. Consegui me virar razoavelmente bem.
Acabamos de comer e fomos dar uma volta. Minha cabeça trabalhava freneticamente e assim que parei num espelho, vi como estava: meus olhos eram profundos, odiosos, bravos. Reconheci aquele olhar com facilidade, eu senti a profundidade dele.
“You’re OK?”, Anthony parou atrás de mim.
“Maybe. Personal reason”
“Sure. Let’s go?”
“Yes. Sorry”
Continuamos andando por um tempinho mais. Fomos embora antes das dez da noite. Eles para seu hotel, nós para casa.

- DanDanika

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